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Os 4 Mitos sobre Vulnerabilidade

Escrito por Felipe Cotrim 03/07/2018
Os 4 Mitos sobre Vulnerabilidade

Esse texto é dedicado ao resumo de um capítulo de um livro.

Pois é, eu prefiro uma escrita mais aberta e intuitiva, mas escolhi aqui racionalmente, escolhi pelo peso e importância dessa mensagem.

A autora é a Brené Brown, professora e pesquisadora americana. O livro é Daring Greatly, traduzido no Brasil como A Coragem de Ser Imperfeito.

Basicamente, o livro fala sobre o poder da vulnerabilidade e o capítulo que vou resumir agora, tem o objetivo de quebrar os 4 principais mitos sobre o assunto.

Se você nunca ouviu sobre o tema vulnerabilidade, nada melhor que ver esse TED da própria Brené. Aliás, ele é o quarto TED talk mais assistido de todos os tempos de uma lista de 25.

Vamos lá!

MITO 1: Vulnerabilidade é Fraqueza

Talvez o maior mito existente sobre vulnerabilidade e também o mais perigoso, segundo a autora Brené Brown.

Para mim, tudo se resume a isso:

Vulnerabilidade é o núcleo de todas as emoções e sentimentos. É o ponto onde nasce amor, coragem, empatia, criatividade.

Você quer se apaixonar? Precisa estar vulnerável.

Você quer empreender? Você vai estar vulnerável.

Você quer pedir ajuda? Estará vulnerável.

“O ato de sentir é o ato de estar vulnerável. Acreditar que vulnerabilidade é fraqueza, é acreditar que sentir é fraqueza”.

Fora isso, a professora Brown pediu exemplos de atos vulneráveis a diversas pessoas e algumas das respostas foram essas:

  • Falar não
  • Começar um negócio
  • Pedir ajuda
  • Dividir uma opinião impopular
  • Admitir que estou com medo
  • Demitir alguém
  • Pedir perdão

Alguma das respostas lhe parece sinal de fraqueza?

Não!

Vulnerabilidade não é confortável, mas nunca pode ser considerada sinônimo de fraqueza.

Muito pelo contrário, os atos acima são todos atos de coragem e força.

MITO 2: “Eu não sou dessa onda de vulnerabilidade”

A autora diz que cansou de ouvir comentários como: “tema legal, mas eu não sou dessa onda de ser vulnerável”, ou “eu sou engenheiro, nós odiamos vulnerabilidade”, ou ainda “homem não tem essa de vulnerabilidade”.

O que acontece é que infelizmente não há como fugir de vulnerabilidade. Nós não podemos optar por excluir risco, incerteza e exposição da nossa vida.

Pois a vida em si é vulnerável.

Abrindo mão de vulnerabilidade, nós estamos abrindo mão da vida, dos relacionamentos, de conexão verdadeira com os outros e dos aprendizados mais profundos.

Se você é desses que tenta apagar vulnerabilidade do dia a dia, talvez seja interessante se perguntar:

Como você se comporta quando está emocionalmente exposto, desconfortável ou sob efeito de incertezas?

Vulnerabilidade não é escolha, a única escolha é como se comportar diante das incertezas e riscos que a vida oferece.

MITO 3: Vulnerabilidade é mostrar tudo

Vulnerabilidade não é exposição sem limites e transparência em excesso.

Nesse texto, eu dei o exemplo da Cynthia Danaher, uma executiva que foi promovida para Gerente Geral de um grupo empresarial da HP.

Porém na sua posse, ela anunciou para os seus 5.300 novos subordinados, que aquele trabalho “dava medo” e que “eu preciso da ajuda de vocês”.

A passagem demonstra que apesar das boas intenções de Cynthia, de mostrar um lado mais transparente e humano, a impressão passada para a equipe foi de uma líder fraca e incapaz de controlar aquela organização.

Vulnerabilidade precisa de limites e confiança, explica a professora Brown. Trata-se de dividir nossos sentimentos e experiências com pessoas que merecem esse direito.

Então, a pergunta que a pesquisadora tenta responder ao longo da seção é quem merece a nossa confiança para que possamos ser vulneráveis?

A resposta é que construir confiança é um processo gradual que se constrói ao longo de muito tempo e que nunca teremos garantia total.

Despir sua alma para as pessoas erradas não vai ajudar em nada. Na verdade, só vai piorar as coisas.

Defina limites.

MITO 4: Nós damos conta sozinhos

Individualismo ainda é bem visto, pedir ajuda é para os fracos, dar conta de tudo sozinho passa uma imagem boa, inclusive para nós mesmos. É status.

Mas infelizmente na jornada da vulnerabilidade nós não podemos ir sozinhos, nós precisamos de suporte.

“Muitos de nós somos bons em oferecer ajuda, mas quando o assunto é vulnerabilidade, precisamos pedir ajuda também”.

A própria Brené diz que a maior transformação pessoal e profissional dela aconteceu quando ela pediu ajuda e se livrou dos escudos que a evitavam de se conhecer e se colocar verdadeiramente no mundo.

É preciso coragem!

CONCLUSÃO

Vulnerabilidade não é um tema fácil de entender, principalmente porque é algo que nunca aprendemos na vida.

Tudo o que nós fazemos é evitar vulnerabilidade e incerteza, é criar escudos para afastar situações difíceis.

Mas a intenção de ser vulnerável surgiu nas pesquisas da Brené como o único e mais claro valor compartilhado por todos os homens e mulheres plenos, autênticos e engajados com a vida.

Essas pessoas atribuem tudo, desde sucessos profissionais até pessoais a habilidade de ser vulnerável.

Referências:

Brené Brown (2012) Daring Greatly: How the courage to be vulnerable transforms the way we live, love, parent, and lead. Penguin Random House.

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