A primeira vez que eu ouvi sobre o conceito e o poder da vulnerabilidade eu tinha 28 anos e estava em um workshop da Perestroika.
Desde então essa palavra começou a me cercar. Li textos, vi vídeos e senti na pele.
Hoje, exatamente 2 anos depois daquele workshop, me deparei com o melhor conteúdo (na minha opinião) sobre o assunto.
Estou falando do livro Daring Greatly da professora Brené Brown.
O argumento principal tanto do livro quanto do workshop é que VULNERABILIDADE É FORÇA, algo que às vezes ainda me soa estranho, pois o mundo nos indica justamente o contrário, que vulnerabilidade é fraqueza.
Por exemplo, uma girafa vulnerável é comida pelos leões, um boxeador vulnerável tem mais chances de ser nocauteado e assim por diante.
Mas quando o assunto é emoção e sentimento, vulnerabilidade é tremenda e absoluta força. Nas palavras da própria Brené:
Vulnerabilidade é o centro de todas as emoções e sentimentos. O ato de sentir é o ato de estar vulnerável. Acreditar que vulnerabilidade é fraqueza é acreditar que sentir é fraqueza.
Ela segue com esse exemplo: o amor é incerto e arriscado. Logo, amar alguém nos deixa emocionalmente expostos, ou seja, estamos abertos para nos machucar. Mas você consegue imaginar uma vida sem amar e ser amado?
Para seres humanos a resposta é NÃO.
VULNERABILIDADE É CORAGEM
Vulnerabilidade não é confortável. Eu, por exemplo, estou escrevendo semanalmente como parte de um projeto pessoal, e nada tem me deixado mais exposto do que isso ultimamente.
Estou aberto a elogios e também a críticas, o que é bem desconfortável para mim, pois tenho um perfeccionismo que consome.
Certa vez, durante um evento, a professora Brown fez 2 perguntas ao público:
1) Quantos de vocês veem vulnerabilidade como fraqueza?
A grande maioria levantou a mão.
2) Quando vocês veem pessoas falando nesse palco, quantos de vocês veem coragem?
Novamente, a grande maioria levantou a mão.
Em resumo, nós admiramos vulnerabilidade nos outros, mas evitamos vulnerabilidade para nós mesmos.
Nós evitamos expressar uma opinião impopular, escrever um texto, pedir ajuda, empreender, dizer não, se apaixonar, e por aí vai.
Atos vulneráveis são atos de coragem. E atos de coragem NÃO são atos de fraqueza.
Vulnerabilidade é fundamental para sentirmos, para sermos humanos e para nos conectarmos.
A Brené diz que “vulnerabilidade é o núcleo, o coração, o centro de todas as experiências humanas significativas”.
E você, é capaz de valorizar as suas próprias vulnerabilidades?
Referências:
Brené Brown (2012) Daring Greatly: How the courage to be vulnerable transforms the way we live, love, parent and lead. Avery Publishing.