Há algumas semanas, eu comprei da The School of Life uma espécie de jogo sobre autoconhecimento.
Eles chamam de Know Yourself Prompt Cards, algo como “cartões incitantes para se conhecer”.
A ideia é que você se conheça através de perguntas atiçantes que irão te fazer refletir.
E o formato de cartas é uma ótima sacada. Para mim funciona assim, eu gosto de ir lendo, passando, voltando, devagar, rápido, até que… pimba! Alguma frase mexe comigo internamente.
É engraçado, sua intuição te diz no ato que algo ali merece a sua atenção.
Ontem aconteceu exatamente isso e o que mexeu comigo foi um cartão que continha essas simples frases:
Se eu fosse uma estação do ano, eu seria…
Se eu fosse peça de mobília, eu seria…
Se eu fosse uma montadora de carros, eu seria…
Se eu fosse uma obra musical, eu seria…
Se eu fosse um tipo de comida, eu seria…
Se eu fosse um animal, eu seria…
Se eu fosse um tipo de fonte (de texto), eu seria…
Sabe o legal disso?
Eu não sei responder todas. Essas perguntas ficarão na minha cabeça provavelmente a semana inteira, no consciente e no inconsciente, até que eu crie um entendimento melhor, consiga responder e depois olhe satisfeito para aquilo.
É a ideia de desconstruir as ideias, desorganizar e permitir um pequeno caos, para, enfim, organizar.
Parecem perguntas bobas, sem nexo e sem sentido, mas elas são realmente difíceis. É quase impossível responder de imediato.
Além disso, atrás de cada carta há uma frase de apoio ou explicação. Atrás deste cartão que eu escolhi está escrito assim:
“Em razão do ‘eu’ ser tão nebuloso e sem forma, às vezes podemos captar melhor pequenas partes da nossa identidade através de metáforas e analogias”.
De fato, metáforas são poderosas.
Daniel Pink, em seu livro A Whole New Mind, diz que: “o papel da metáfora é matar a sede por significado”. Ele ainda comenta que “quanto mais entendemos metáforas, mais entendemos a nós mesmos”.
Por fim, não consegui evitar. Respondi a primeira.
Se eu fosse uma estação do ano, eu seria…
O OUTONO
Eu gosto bastante do sentimento que o outono me proporciona, é uma estação de transição entre extremos, é uma estação que equilibra, e eu sou um cara de equilíbrio, não de extremos.
Me agradam as cores quentes e introspectivas do outono, me agrada o próprio clima do outono, que contém um pouco do verão e um pouco do inverno.
A ideia de abrir mão das suas folhas para passar o inverno e a ideia de abrir mão do desnecessário é uma ideia nobre.
É preciso saber, ora, sacrificar e, ora, concentrar para dar espaço a renovação.
Eu acredito que existem momentos de eficiência e momentos de eficácia, momentos de atirar e momentos de mirar.
O outono, especialmente, me convida a mirar, algo essencial para depois dar o tiro certo.
E você, qual estação do ano seria?
E em relação às outras frases, como você as completaria?
Referências:
Daniel Pink (2006) A Whole New Mind: Why Right-Brainers Will Rule The Future. Riverhead Books.
The School of Life (2018) https://www.theschooloflife.com/shop/know-yourself-prompt-cards/