Nesse momento, estou lendo o clássico Feel the Fear and Do It Anyway da Susan Jeffers, uma professora americana PhD.
Ela escreve sobre algo que acredito muito: o poder das palavras e como o pensamento positivo nos influencia.
Há até uma “semi-evidência” da eficácia disso. Posso ver se eu te convenço também?
Ela demonstra que pensamento positivo nos torna fisicamente mais fortes e pensamento negativo nos torna mais fracos.
O EXPERIMENTO
A professora Jeffers pede que um aluno fique em pé virado para a frente da sala e pede que ele mantenha seu braço estendido para o lado com o mão fechada.
Ela fica virada de frente para o aluno, pede que ele resista com toda a sua força e então tenta abaixar o braço do aluno com sua mão aberta. Até hoje, não conseguiu abaixar de primeira.
Então entra o pensamento negativo.
Ela pede que o aluno repita 10 vezes a frase: “eu sou fraco e não sou digno de valor”.
Da mesma forma, diz para ele resistir com toda a sua força e com alguma facilidade, ela consegue abaixar o braço do aluno.
Em seguida, entra o pensamento positivo. A frase agora é: “eu sou forte e digno de valor”. Desta vez, o braço novamente não se move.
Para os céticos (assim como eu), Jeffers executou esses experimento ao longo de anos e com diversos alunos diferentes.
Para os ainda mais céticos (eu de novo), ela executou o mesmo experimento sem saber o que o aluno havia mentalizado, pois certas vezes a classe pede que ela se retire para que eles possam combinar uma frase positiva ou negativa.
O resultado?
Pensamento positivo, braço firme. E pensamento negativo, braço fraco. Sem exceção!
O RACIOCÍNIO
A autora diz que o aspecto surpreendente desse experimento é que não importa se nós acreditamos nas palavras ou não. O simples pronunciar faz o nosso “eu interior” acreditar.
Quando repetimos “eu sou fraco”, nosso “eu interior” instrui o restante de nós: “ele quer ser fraco hoje”.
Quando repetimos “eu sou forte”, a instrução passada é: “ele quer ser forte hoje”.
O nosso subconsciente acredita somente no que ouve.
Ou seja, estar com medo, preocupado, ansioso, pode até ser verdade em determinados momentos da nossa vida.
Mas mesmo sendo verdade, nosso subconsciente não irá acreditar nisso se repetirmos o oposto para ele.
Poderoso, não é mesmo?
Jeffers reforça ainda que é preciso prática, não adianta repetir algumas frases 1 vez por mês. É preciso dedicação diária, só assim os resultados virão.
Acho que como tudo na vida.
AUTOAJUDA DEMAIS?
Eu achei.
MAS FUNCIONA!
Então por que julgar? Por ter ouvido a vida inteira que autoajuda é “zuado”?
Por sinal, vale lembrar que eu sempre fui a favor da solução pela raiz e não de técnicas. Eu gosto de entender o porquê e não camuflar. Eu defendo que o autoconhecimento é a melhor ferramenta para o sucesso.
Resolvi pesquisar Liderança Autêntica na minha dissertação de mestrado por ser realmente autêntica, sem disfarces e ir fundo. Não se trata de analisar apenas os estilos de liderança ou copiar comportamentos que deram certo para outros.
A teoria acredita que para ser um bom líder não é preciso copiar ninguém, basta ser você mesmo.
Cada pessoa é única, e é justamente nessa distinção que está o tipo de líder ideal para você.
Escrevo mais sobre Liderança Autêntica aqui e sobre autenticidade no trabalho aqui.
Mas voltando…
Sim, afirmações são técnicas e não vão acabar com a ansiedade, com a insegurança, com o estresse, nem cortar a raiz dos seus problemas. Mas elas funcionam momentaneamente.
Experimente repetir a frase “eu sou forte e posso encarar qualquer desafio” dez vezes na frente do espelho do banheiro antes de entrar em uma apresentação delicada, uma entrevista de emprego que deseja muito, ou uma conversa familiar problemática.
Veja como você se sente. Observe o resultado. Note a diferença.
As afirmações e o próprio pensamento positivo geralmente são conceitos difíceis de passar pelas pessoas sem alguma crítica ou ceticismo.
Qual o problema de ser uma pessoa positiva? De conseguir enxergar o lado bom em todas as situações? De se deparar com um problema gigante e pensar: “mais uma oportunidade para aprender”?
O SENSO COMUM É NEGATIVO
Parece que há um senso comum de que pensamento positivo não é realista.
Mas o que há de realista no pensamento negativo?
A professora Jeffers diz que 90% dos pensamentos negativos que nos preocupam e atormentam nunca acontecem.
Ou seja, o pensamento negativo é que não é nada realista.
O fato é que todos nós, alguns mais e alguns menos, temos uma conversa interna, um “diabinho” que fala no nosso ouvido e nos joga para baixo.
Essa voz diz que não somos suficientes, fortes e bonitos. Ela diz que não somos capazes, que não seremos aceitos e ouvidos. Ela diz que vamos travar para falar, que vamos falhar e que é melhor desistir.
Afirmações nos dão o nosso poder de volta, nos trazem de volta ao momento presente, nos deixam mindful.
Pensar positivo é ser realista, é ser líder, é responder melhor aos vários desafios que a vida nos coloca.
Então pense positivo e repita afirmações para si mesmo.
Não é a solução para as suas preocupações, mas pode ser um diferencial em um momento crítico da sua vida.
Referências:
[LIVRO] Susan Jeffers (1987) Feel The Fear… And Do It Anyway. Ballantine Books, New York.